Doença Celíaca vs Relacionamentos




Hoje decidi falar da DOENÇA CELÍACA (D) e das relações | relacionamentos.

Quando decobri que era celíaca, uma das primeiras coisas que a médica me disse foi 
"atenção ao GLÚTEN em casa, se possivel elimine-o".

Como já aqui disse em posts anteriores, o alívio que senti nesse dia, não me permitiu recear ou questionar quaisquer alterações daí advindas.

Mas, apesar da nossa alimentação ter sido sempre muito saudável (sem processados, sem fritos, e com predominância de frutas, legumes e ingredientes naturais), 
 e até já não contemplar muito glúten, havia mudanças radicais a fazer.

Mudanças que eu não queria assumir (para todos, apenas para mim), pois não queria mudar os hábitos deles, mas que se tornaram vitais, na medida em que se continuasse a haver manipulação de glúten em casa, eu estava sujeita a contaminação, e de nada servia não estar a ingerir.

No início ainda fiz algumas ementas distintas, mas, com o passar dos dias, e sem o alívio dos sintomas, fomos retirando o GLÚTEN da nossa alimentação.

Mas porque falo hoje dos relacionamentos?
Falo dos relacionamentos porque senti, e sinto, que, filhos, namorados, conjuges, familiares e amigos,  vivenciam alterações sempre que estão, ou partilham algum momento connosco (celíacos).

Quando nos convidam para almoçar, jantar, lanchar, ou até mesmo petiscar qualquer coisa para "pôr a conversa em dia", e  nossa resposta é não, ou até é sim,  mas depois não acompanhamos a ementa, gera-se um desconforto que só é combatido, ou anulado, se a relação tiver bases sólidas para isso.

Se no início é fácil relevar, até com algum humor, alguns comentários e interjeições provenientes do desconhecimento da DC, com o passar dos dias, sinto (estou a falar de mim), alguma saturação por este assunto continuar a "ser assunto". Por este desconhecimento continuar a ser desconhecimento. 
Afinal não "me" ouviram de todas as vezes que expliquei que "só uma vez" não se aplica na DC. Que só um bocadinho, não é só um bocadinho, e que não, não é mania, não é obcessão, é uma questão de disciplina em prol de uma VIDA com menos Danos.

Sim. se forem nossoa amigos aceitam. Se gostarem de nós respeitam!

Por isso hoje decidi falar dos relacionamentos na DC.
E para não ser muito mais extensa, vou restringir ao relacionamento entre cônjuges.
Aquele que está lá diariamente e que tem toda a legitimidade de querer comer gluten.

Será correto alterar a alimentação toda dele(a) também. Por amor?
E quando apetece mesmo comer aquele prato no restaurante X, mas que não tem nada sem glutén, e a manipulação do mesmo deixa vestígios?

E nas férias. sim, nas férias, onde todos gostamos de sair da rotina, provar novos sabores?

Hoje este post, em jeito de reflexão, colide com um aspeto chave da relação, a entreajuda, mas ao mesmo tempo, com outro, o do amor próprio.

Por amor mudam-se hábitos e rotinas. Por amor ajustam-se regras e horários.

E o amor próprio?
Não estará o amor próprio comprometido quando, por amor ao outro (neste caso celíaco/celíaca), alteramos toda a nossa rota de VIDA.

A questão é delicada. Por isso hoje decidi partilhá-la.

Obrigada

atenuncacaba e mais além

cláudia oliveira







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